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quarta-feira, 13 de maio de 2015

Itabaiana Paraíba e sua História Politica através dos grandes vultos que Administraram nosso Município contado por Fábio Mozart . Uma Divulgação: Nas trilhas de Itabaiana.com



Dr. Everaldo Pimentel ladeado pela esposa e pela genitora
DR. EVERALDO PIMENTEL
Com a renúncia de Hugo Saraiva, assumiu o cargo o Dr. Everaldo de Moraes Pimentel, vice-prefeito.
Foi o gestor mais honesto que já conheci. Lutou pela implantação do abastecimento de água de Itabaiana, que foi inaugurada pelo General Juarez Távora, atendendo ao grande anseio de uma cidade que utilizava o precioso líquido levado ás residências em lombos de burros.
O Dr. Everaldo foi o único prefeito que publicava diariamente, em quadro colocado na porta principal da Prefeitura, o movimento diário de entrada e saída do dinheiro na Tesouraria. Era o primeiro a pagar o imposto predial de sua residência. Naquela época, a Prefeitura distribuía a energia elétrica, razão pela qual o prefeito e funcionários eram dispensados de pagar pelo consumo. Mas o Dr. Everaldo fazia questão de pagar. Não utilizava o veículo oficial nem combustível pago pelos cofres públicos. Seu transporte era o Fusca de sua propriedade, usado em viagens para solucionar problemas do Município.

 Advogado brilhante, orador fluente, político festejado pelos seus dotes pessoais, Josué Dias de Oliveira aprendeu com José Silveira, de quem foi secretário, as virtudes da serena e desinteressada dedicação às causas dos menos favorecidos.

Amigo fraternal dos servidores, apesar de alguns obstáculos causados pelo governo militar, fez uma administração digna de encômios. Sua maior obra foi a construção do Centro de Abastecimento que substituiu o antigo e infecto mercado público, monstrengo no centro da cidade. Fez estradas, calçamentos e modernizou a administração, com a ajuda do Ministério do Interior de então.
Com seus atos e suas palavras fluentes, fez proselitismo e liderou o MDB por muitos anos. Itabaiana deve muito ao prefeito Josué Dias de Oliveira, o “urubu rei”.

 O Dr. Santiago era médico e político apaixonado. Como médico, diplomado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, filho de Catolé do Rocha, foi o primeiro cirurgião a realizar uma operação cezariana na Paraíba. Fundou o Hospital São Vicente de Paulo, sendo o seu diretor por muitos anos.

Como político, era comandante da antiga UDN, pela qual se elegeu deputado estadual e, após duas tentativas, prefeito da cidade. Governou Itabaiana com mão de ferro, embora tenha realizado uma gestão honesta e digna de elogios.
Tem extensa folha de serviços prestados à nossa terra, seja como esculápio competente, seja como político.
Morreu no Recife.

 osé Benedito da Silveira, irmão do ex-deputado Mário Silveira, despontou em Itabaiana como autêntico líder popular, cujo proselitismo ultrapassou os limites de sua terra, Mogeiro, alcançando todo o território paraibano. Foi graças ao seu prestígio que o irmão Mário foi eleito várias vezes deputado estadual.
Silveira marcou época como político popular. Como administrador diligente, dirigido Itabaiana com honestidade, decência e incrível popularidade. Concluído o mandato, eleito prefeito de Mogeiro, foi assassinado por Manoel Pereira Borges Neto no dia de sua posse, fato ocorrido no interior da loja do amigo Pedro Sérvulo. Ao seu sepultamento compareceu uma enorme multidão de pessoas que acompanharam o féretro a pé de Itabaiana até Mogeiro, em percurso de mais de 12 quilômetros. O seu nome foi bandeira de luta de muitos companheiros, ajudando a eleger Hugo Saraiva, Josué Oliveira e outros nomes do MDB.
Curiosamente, o seu assassino foi também morto no mesmo dia, dez anos depois, na cidade de Mogeiro, vítima de golpe de faca desferido por um guarda noturno daquela cidade.
 Intelectual, poeta, ótimo orador, o comerciante Pinto Ribeiro governou Itabaiana no tempo da ditadura Vargas, em plena 2ª guerra mundial, ou seja, de 1939 a 1945, nomeado que foi pelo interventor Ruy Carneiro.
Austero, arrogante, embora culto, Pinto Ribeiro guardava o perfil de um autêntico ditador. Comerciante próspero, era possuidor da “Casa do povo” onde comercializava tecidos, redes e outros objetos de uso doméstico. Como político, era avesso ao populismo, tanto assim que, quando algum eleitor lhe dirigia a palavra, ele perguntava: “Você quer falar com o prefeito Pinto Ribeiro, o comerciante J.A. Pinto Ribeiro ou com o cidadão José Augusto Pinto Ribeiro? O eleitor, confuso, pergunta: “Quem é o senhor neste momento?” Pinto Ribeiro simplesmente dava as costas ao interlocutor.
No seu governo, ficou famoso o diálogo que manteve com o senhor João, velho funcionário da Prefeitura, um tanto descuidado no cumprimento de suas obrigações. Nesse tempo a Prefeitura funcionava nos dois turnos, pela manhã e à tarde. Certo dia, o contínuo João da Silva compareceu ao expediente no horário da tarde. Foi chamado ao gabinete do prefeito para se explicar. Pinto Ribeiro: “Senhor João, por que não veio no expediente da manhã?” “Porque estava chovendo”. No que o prefeito retrucou: “Que distância existe da sua casa para a sede da edilidade, e desta para minha residência?” O contínuo respondeu que a distância não chegava a cem metros. “Como então o senhor justifica o fato de haver chovido na sua casa e não na Prefeitura, muito menos na minha residência?” Sem saída, o funcionário disse: “Doutor, isso é desculpa que a gente dá…”

Hugo Saraiva empolgou os itabaianenses na memorável campanha para prefeito em 1962. Grande orador, bacharel consagrado, Procurador Federal, conduziu a campnha no diapasão e na linha programática de José Silveira. Foi eleito com grande diferença de votos, tendo assumido no dia 31 de janeiro de 1963.
Teve, porém de se indispor contra a ditadura militar implantada em 31 de março de 1964, quando o país sofria a violência, as prisões, as perseguições e injustiças da ocasião, razão pela qual teve que renunciar ao cargo com 11 meses de mandato. Governo populista, não teve tempo para realizar o seu programa de governo que era prenhe de renovações
 O prefeito Alceu Almeida Aguiar era também da escola de José Silveira. Teve uma passagem irrepreensível à frente dos destinos de Itabaiana. Era um homem muito educado, de trato nobre, mantinha relações com os servidores municipais no nível de autênticos irmãos. Construiu calçamento, fez uma administração honesta e impecável. Morreu deixando um legado de dignidade para sua ilustre família.
 O comerciante Luiz Paulino teve uma gestão sem desvio de conduta, numa época em que não havia Tribunal de Contas para fiscalizar as contas públicas. Todavia, comportou-se com singular honestidade, razão pela qual teve sua gestão aprovada pela Câmara Municipal e gozou da estima do povo de Itabaiana. Foi um baluarte na defesa da construção da barragem de Acauã. Foi honesto e dinâmico.
 Após o término da 2ª Guerra Mundial, ocorreu a redemocratização do Brasil, com eleições em todos os níveis. Em Itabaiana, apresentaram-se como candidatos os doutores Odon de Sá Cavalcanti e Jorge Ribeiro, pela UDN – União Democrática Nacional e pelo PSD – Partido Social Democrático, respectivamente.
O inusitado dessa disputa foi o acordo dos dois postulantes para que a campanha fosse realizada sem comícios ou outra apresentação pública, mas uma conversa de casa em casa, tarefa dos candidatos e seus auxiliares. E assim foi feito, sem qualquer ofensa, de parte a parte.
Apurados os votos, foi proclamada a vitória do Dr. Odon, por uma pequena diferença.
Na posse, que constou da cerimônia tradicional e legal, além de um baile no edifício do Fórum, para o qual compareceram o Dr. Jorge Ribeiro, o vencido, e seus familiares, além de grande número de admiradores. Foi uma posse amigável.
O Dr. Odon de Sá realizou uma administração pacífica, sem oposição ou arestas, auxiliado pela sua digna esposa, D. Dolores de Sá Cavalcanti.
Foi secretário do Dr. Odon, Pedro Souto Camuo, ex-combatente da FEB e um dos mais eloquentes oradores que a Paraíba conheceu. Pedro Souto Camuo era de uma prestimosa família, famoso pela erudição de seus trabalhos intelectuais.
(Do livro “Confissões esparsas de um rábula”, de Arnaud Costa, que será lançado em 30 de abril de 2011, em Itabaiana)

O médico e famoso cirurgião Aglair da Silva assumiu a prefeitura de Itabaiana após uma memorável campanha, quando enfrentou nada menos do que duas chapas fortíssimas: Cândido Gouveia Neto/Arnaud Costa e o Capitão Joca Pedro/Babá, este último futuro edil itabaianense.
Aglair era mais médico do que prefeito, uma vez que a sua digna consorte era o braço direito de sua administração. As suas qualidades de médico renomado e amigo da pobreza, bom como sua popularidade incontestável, fizeram dele um verdadeiro homem público, merecedor do proselitismo que despertava. Foi um prefeito dinâmico, popular e honesto, sendo a sua maior obra a construção do Terminal Rodoviário, velho anseio da população.
A sua morte trágica deixou enorme lacuna no seio da população itabaianense, além de representar uma perda incomparável na classe médica da Paraíba.
Posso dizer que fui Secretário geral dos prefeitos Hugo Saraiva, Everaldo Pimentel, Josué Oliveira e Aglair da Silva. Os senhores José Nunes, José Cecílio Batista, Dr. Dedé, Candinho, Fernando Cabral, Severino Ramos e Edílson Andrade também exerceram o mandato de prefeito de Itabaiana em épocas distintas, alguns na qualidade de substitutos eventuais.
(Do livro Confissões esparsas de um rábula – A ser lançado em 30 de abril de 2011 em Itabaiana).

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